Estou vazia de paz e de virtudes, não sei por onde começar a procurar-me já que não estou em mim nos últimos tempos e sei que já não estou
Mas o tempo passou... E você quis partir... Magoada eu disse “vai” e arrependida tentei te seguir, te encontrar ates que se tornasse definitiva tua partida. Só então percebi que tudo estava diferente... Depois que chegaste, julguei desnecessário tirar a erva que crescia e o lodo das paredes.
Os caminhos ao meu coração tornaram-se armadilhas escorregadias, impedindo que outras pessoas se aproximassem.
Só agora sei que o tempo é uma moenda incessante, esmaga sonhos, transforma os amores, desfaz as paixões.
Na eterna viração turbulências e calmarias são esquecidas. E apenas o tempo é infinito, é para sempre, todo o resto é para já.
Descobri tarde de mais, sentada diante de duas mil e trezentas portas que não consigo abrir nenhuma delas. Talvez seja medo, talvez preguiça, talvez acomodação...
A verdade é que me acostumei a ser perdida, me acostumei com a perdição, me acostumei.